Introdução
Se você migrou para o mercado livre de energia, é frustrante perceber que a economia real não corresponde ao apresentado antes de fechar o contrato.
Muitas vezes, isso não é culpa da comercializadora em si, mas de fatores regulatórios, contratuais ou operacionais que impactam diretamente no resultado financeiro.
Abaixo, explicamos os principais pontos que podem estar afetando sua economia:
1. Revisão tarifária da distribuidora
Mesmo no mercado livre, sua unidade continua pagando a tarifa de uso do sistema de distribuição (TUSD) e de energia elétrica (TE). A cada ciclo tarifário, essa tarifa pode sofrer reajustes — para cima ou para baixo — dependendo das decisões da ANEEL e dos custos da distribuidora.
A revisão tarifária pode acabar anulando parte da economia obtida na compra da energia, quando as tarifas são revisadas para baixo.
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2. Subvenção tarifária
Alguns consumidores que estavam no mercado cativo se beneficiavam de subsídios embutidos na tarifa, como descontos para baixa tensão ou incentivos setoriais.
Ao migrar para o mercado livre, esses benefícios deixam de existir, o que pode gerar a sensação de que a conta não caiu tanto quanto o previsto.
Quando vemos os relatórios de empresas que migraram para o mercado livre de energia, percebemos que o desconto nas linhas (i) demanda contratada Fora Ponta e (ii) Ponta TUSD (para empresas da tarifa verde) e (i) demanda contratada Ponta e (ii) demanda contratada Fora Ponta (para empresas da tarifa azul) não chegam em 50% de fato.
Portanto, quando se compara a proposta inicial e a realidade pós migração se observa uma redução da economia esperada.
3. Ultrapassagem de demanda
No ambiente de contratação livre, o controle da demanda contratada é essencial.
Se a demanda medida ultrapassar a contratada, há cobrança de penalidades que podem ser bastante significativas. Esse custo adicional pode corroer parte da economia prevista.
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4. Energia Reativa
Se sua instalação consome energia reativa excedente (baixa fator de potência), você pode estar sendo penalizado na fatura da TUSD. Correções de fator de potência são fundamentais para evitar esse custo desnecessário, que pode ser recorrente e prejudicar o fluxo de caixa.
5. Multas e penalidades
Atrasos no pagamento, desvios contratuais ou inadimplência com a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) também geram multas que impactam o resultado do projeto.
Além disso, cláusulas contratuais mal negociadas com o fornecedor de energia podem conter penalidades ocultas.
6. Correção do preço contratado por IPCA
O valor da energia contratada no modelo preço fixo costuma ser corrigido por um índice (geralmente o IPCA). Se a inflação estiver alta, a economia esperada ao longo do contrato vai se reduzindo.
Muitos consumidores esquecem de considerar essa atualização anual nos seus cálculos de economia, mas não deve ser esquecido, pois sempre surpreende os consumidores desavisados.
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7. Inclusão dos 3% de perdas do sistema
No mercado livre, o consumidor assume a responsabilidade pelas perdas elétricas da rede básica, que são de cerca de 3%. Esse custo é adicionado no preço de energia contratada no momento da proposta/contrato.
É sempre importante estar ciente desta informação para entender o aumento do preço cobrado na Nota Fiscal da comercializadora, referente a cobrança de energia do cliente
Clique aqui para entender melhor sobre as perdas
8. Incidência de ICMS
Mesmo no mercado livre, o ICMS incide sobre a TUSD e sobre parte da energia consumida. A forma de cálculo varia conforme o estado, e em alguns casos a base de cálculo é mais onerosa do que se imaginava. Isso pode afetar diretamente a economia real, principalmente em estados com alíquotas mais elevadas.
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9. Encargos setoriais
Os encargos setoriais — como ESS (Encargo de Serviço do Sistema), CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), PROINFA, entre outros — continuam sendo cobrados no mercado livre.
Esses encargos são repassados mensalmente aos consumidores e podem sofrer variações significativas, especialmente em momentos de instabilidade no setor elétrico, como crises hídricas ou acionamento de usinas térmicas.
Quando negligenciados no planejamento, acabam reduzindo a economia percebida após a migração.
É importante ressaltar que quando os encargos não é embutido no preço da energia acordada em contrato, estes são cobrados a parte em forma de nota de débito, portanto além do boleto da distribuidora e da Nota Fiscal referente a energia consumida, ainda há a cobrança dos encargos
Conclusão
A promessa de economia ao migrar para o mercado livre ou implementar soluções de eficiência energética continua sendo válida, mas é fundamental ter uma visão completa de todos os elementos que compõem o custo total da energia.
Um bom planejamento, acompanhamento técnico e análise contínua são essenciais para garantir que a economia desejada se concretize.
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